Padre criou jogo de cartas para ensinar filosofia para os alunos
Em uma escola no interior de São Paulo, as aulas de filosofia ganharam um novo fôlego com a introdução de um baralho criativo. Alunos agora debatem ideias de grandes pensadores de forma interativa, transformando conceitos complexos em disputas envolventes e divertidas.
Essa abordagem inovadora está mudando a percepção dos estudantes sobre a disciplina, tornando-a mais acessível e estimulante.

O Inventor por Trás da Ideia
Ricardo Cirino Vaz, um educador de 44 anos, é o criador desse método. Após deixar o sacerdócio, onde passou quase dez anos, ele se especializou em filosofia, história e sociologia para atuar na rede pública.
Motivado a tornar as aulas mais práticas, Vaz dedicou seis meses e investiu cerca de R$250 para desenvolver o jogo Mentis. “Meu objetivo era permitir que os alunos experimentassem o conhecimento de forma ativa”, explica ele, destacando sua transição pessoal como fonte de inspiração.
Como o Jogo Funciona
Mentis consiste em cem cartas que representam filósofos, obras, citações e eventos de quatro eras: antiga, medieval, moderna e contemporânea.
Os estudantes se dividem em equipes e usam as cartas para argumentar e debater ideias, substituindo a memorização por discussões dinâmicas. Essa estratégia incentiva a colaboração, como quando jogam em duplas para analisar opções e planejar táticas, promovendo raciocínio crítico e leitura atenta.
Impactos na Sala de Aula
Os resultados são evidentes: alunos da 3ª série do ensino médio mostram melhora nas notas, especialmente no itinerário de Humanas. Além disso, muitos pedem o jogo durante os intervalos, demonstrando maior engajamento.
“Eles agora falam com facilidade sobre Aristóteles, Kant e Simone de Beauvoir”, observa Vaz, notando o aumento no interesse por carreiras em humanidades. Essa ferramenta não só facilita o aprendizado, mas também inspira caminhos acadêmicos futuros.